terça-feira, 22 de junho de 2010

Teatro - 06/08/2008

Ah, mas como ela é linda.

Sempre linda, branquinha, purinha.

Sempre assim: “Parabéns, felicidades, você é a mais linda que já vi”.

Vasos transparentes, água, flores em arranjos circenses.

Mesas decoradas, talheres alinhados,

Comida esfumaçando.

Os doces sentadinhos lado a lado numa vitrine instigante.

E os atores principais nesse cenário todo.

Sempre dois protagonistas, cada um de um sexo,

Seguindo exatamente o que manda o script.

Toca música, entra um, entra outro, passo a passo,

Pega na mão, senta, levanta, senta, levanta, sai.

Na cena seguinte, entram de braços dados,

A música emociona, senta, levanta, cumprimenta, anda, dança.

Um ensaio perfeito de como tudo deve ser.

Mas mais do que isso, é um ensaio de como a vida deve ser,

E talvez nunca será.

O cenário é perfeito, os atores fazem exatamente o que o diretor pediu.

Ensaiando uma vida real, prometendo diante do cenário o que se quer

Para uma vida toda de verdades.

Ao menos as promessas.

O que não se sabe é quando o diretor de elenco irá escolher seus protagonistas,

Nem quando será o ensaio, nem qual será a cor do cenário.

Mas resta, ao menos, a esperança, pois sabe-se

Que esse ato está no script.

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