terça-feira, 22 de junho de 2010

Dois pra lá, dois pra cá - 16/07/2008

E tem esse tom meio poético,

Meio valsa, meio tango.

Um canto de violino, soa.

Mas são apenas duas sombras em uma dança.

Num ritmo compassado, coreografado, ensaiado.

Em balanço de mar, de barco, de chão de concreto.

O som de ondas batendo, de música tocando, de samba,

De novela.

E são só duas sombras em um colchão d´água,

Em uma cama enorme,

Em um espaço único, só para duas sombras.

Sombra que vê de cima.

Sombra que vê debaixo.

Sombra que não vê, de costas.

E a dança meio rock´n´roll, ainda assim, é poética.

E o descanso é ali, na sombra, no ombro, no peito,

No balanço. Em ritmo de calor.

E mesmo sombras, ainda se olham.

Sombras com olhos.

Sombras mais que contorno,

A alma das sombras, os rostos, os cheiros,

As temperaturas.

O quadrilátero final.

Mas sombras sem voz, que não falam,

Não se expressam com palavras.

Só expressam com balanço, movimento, música,

Ritmo.

Sombras embaçadas, vultos desformes,

Mas tateáveis. Tangíveis.

Sombras em balanço de água, de algodão, de ferro,

Que balançam, balançam,

Balançam meu coração.

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