terça-feira, 22 de junho de 2010

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Me calo.

Se me calo é porque disse demais.

Disse demais quando olhei e meus olhos não mantiveram o silêncio que impus a eles.

Demais quando beijei, demais quando pedi, demais quando fui.

Me calo hoje porque meu ontem me assustou. Me calo hoje pra não destruir o amanhã que pode ser feliz.

Me calo para não deixar que a razão seja passada pra trás, mais uma vez. Para que não cometa mais o mesmo erro.

Erro de nós dois.

Melhor me calar. Melhor não falar que sinto tudo isso. Porque disse demais quando senti você por perto e meu corpo reagiu. Disse demais quando não quis ir embora, e fui.

Me calo porque sinto a dor de não saber o que vou ouvir quando falar. Calo pra não me assustar com o silêncio. Silêncio que eu odeio.

Disse demais e me calo, já que não ouço nada desde que você se foi.

Foi e não voltou. Foi, mas está perto. Foi, mas não queria ir. Foi e também sofre. Foi e me quer.

Me calo porque ouço os desejos. Os meus.

Se me calo é porque sinto o peso no peito. Não sei por que o peso, mas pesa.

Hoje me calo, porque se falar me salvo desse mundo, e não sei se é isso que quero.

Não sei se faz bem deixar esse mundo, então me calo.

Me calo porque sei que é passageiro, mais uma vez, e que meu silêncio me cura disso tudo.

Sei que me calo. Sei que vai passar. Bastam apenas alguns minutos do meu silêncio.

Não sei se é belo, ou apenas um belo desastre.

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