Tudo azul, tudo lindo.
Frase típica de quem quer dizer que está tudo bem.
Mas eu sou uma das poucas pessoas,
Muito privilegiadas, diga-se de passagem,
Que pode dizer que está “tudo rosa, tudo lindo”.
Por poucos minutos pude ver o mundo cor-de-rosa,
Literalmente.
Era tudo rosa.
Não usei drogas, não alucinei,
Mas o mundo era rosa, ao menos o pequeno mundo
Em que me encontrava.
Havia um homem negro vestido todo de branco.
A cor de sua pele não se alterou -
A lei do dominante e recessivo -,
Mas sua roupa era cor-de-rosa,
Sua unha era cor-de-rosa,
A parede atrás dele, o armário,
A tela do computador, a janela.
Tudo cor-de-rosa.
E eu que relutei tanto para entrar naquela sala.
O que é incurável me permitiu ver o mundo
De forma tão peculiar.
O preto-cor-de-rosa me olhava e questionava se eu estava bem,
Porque eu virava o pescoço para todos os cantos
Tentando ver o maior número de coisas cor-de-rosa.
Estava tudo bem, Sr Preto-Cor-de-Rosa,
Está tudo rosa!
Pena que durou pouco.
Ele já havia me avisado que seriam no máximo dez minutos.
Poucos podem contar como é isso.
Incrivelmente o mundo da Penélope.
Saindo de lá, sem alucinações,
Sem drogas e sem qualquer efeito,
O mundo cinza me esperava.
Como é ruim voltar assim à realidade.
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