Eu sempre pensei assim,
Mas faltava o tom que me fizesse falar.
Não julgue com quais armas as pessoas lutam por si.
Muitas vezes são armas de fogo, certeiras e mortais.
Em uma única miragem, acertam o alvo, eliminam o inimigo
E ganham o jogo. Limpo ou sujo, vencem.
A arma pode ser branca. Afiada, afinada como orquestra.
É passo por passo, estágio por estágio,
Até alcançarem a marca maior.
Aos poucos, acertam o alvo. Limpo ou sujo, vencem.
Tem quem lute com armas de palavras.
Arquitetadas estrategicamente para chegar ao alvo.
E nessa luta, sai sangue da mesma maneira.
As palavras ofendem, derrubam, rompem circunstâncias.
E são apenas coisas ditas. Sujo ou limpo, vencem.
Há quem prefira lutar com armas no olhar.
Mapeiam o alvo, os inimigos
E golpeiam certeiramente, na estratégia.
Mas os olhos sempre entregam.
As armas brancas ou negras não falam.
A boca não fala assim, nem tanto quanto os olhos.
E os seus já foram identificados no radar.
Existem as lutas sem causa,
Em que são soltos golpes com a mão, o pé,
Os olhos, a boca, facas, armas de fogo.
O problema não é a agressividade do ataque,
E sim sua falta de propósito.
Lutas por lutas, sem sentido.
Por algo que se busca mas que não foi mapeado,
Apenas suposto.
Não dá para julgar, afinal todos lutam por si,
E por mais que se amarrem em circunstâncias
Fecham os olhos quando interessa,
E lutam com vendas nos olhos.
Mais fácil para justificar sua luta desproposital
E tantos feridos no fim dela.
Mas a pior das lutas é a sem arma.
Aquela que se luta para chegar a tal lugar,
Sem arma, sem pressa, sem estratégia,
Apenas pelo sabor de lutar e de se sentir viva.
Quer mais do que sentir teu coração pulsar todos os dias
Para sentir a vida?
Olhe para o lado e veja se não estás numa cama de hospital
Presa à aparelhos, com máquinas bombeando seu sangue.
Porque sua luta nunca foi luta.
E mesmo quem luta, mesmo que com armas fatais, ainda faz isso para
Satisfazer um coração que bate.
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