terça-feira, 22 de junho de 2010

Pés - 23/02/2007

Nas muletas me apóio do amor.

Do desamor, da descrença e do abandono.



Nas muletas me apóio.

Nas muletas me sustento. Fujo da fuga,

E me apóio.



Nas muletas ando caminhos sem fim.

Nas muletas me seguro e tenho paz.

Eu me apóio e tenho a certeza que você não me deu.



Nas muletas sigo caminhos sem fim.

Sigo nas desavenças dos seus ventos.

Nas suas pedras intransponíveis.



Nas muletas caminho como se hoje fosse ontem.

Como se elas me levassem onde quero,

E me elevassem.



Nas muletas enfrento rios, cachoeiras, selvas e leões.

Com elas sei que vou chegar.

Nas muletas eu sou forte.



Nas muletas eu vôo.

Vou longe.

Nas muletas eu sigo dona de mim. Sem pausas.



Nas muletas cada dia tem um sentimento único.

As dores diminuem e me escoro.

Nas muletas tenho o tempo da minha vida.



Nas muletas sigo perseguindo o destino.

Como uma predestinada sem razão.

Como uma enlouquecida sem ar.

Nas muletas tenho o coração aberto.



Nas muletas te espero.

Enquanto você não vem, me apóio nas muletas.

E com as muletas tenho certeza de que estarei de pé,

Quando você vier me buscar e me livrar das muletas.

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