Daquele que nos embaralha a cabeça,
Que nos confunde as palavras,
Que enrola nossos pensamentos.
Um daquele tipo que nos faz sentir a mais linda quando acordamos,
A mais preciosa durante o dia,
E a essencial durante a noite.
Quero um daquele tipo que me arranque do meu cotidiano,
Que encerre meu expediente,
E que me faça sentir como se o mundo nunca mais fosse igual.
O que eu quero é um que me faça perder o sono madrugada adentro ao telefone,
Que me ponha a esperar horas a fio por um sinal de vida,
Aquele que me faça tremer ao toque do interfone.
O que eu espero é aquele que abraça na cama e segura a sua mão forte e trás para perto,
Um que me convença mais que um dia lindo de sol na praia,
O que mostre qual o caminho certo da minha casa.
Um que me enlouqueça, que me enfureça, que me atordoe o dia quando longe.
Um aperto no peito forte como um porre,
Como um grito estridente de metal.
Como se eu nunca mais fosse voltar à realidade,
Que me dê fome, que me tire a sede, que me alimente.
Que me tire as palavras, que me tire do mundo, que me dê a vida.
Um que deixe eu voltar a sentir aquele frio no estômago,
Aquela ânsia por amanhã,
Aquela vontade louca de viver todos os dias num só.
Que me deixe sem fôlego,
Que me leve para ver o mar, o lago, o campo, a floresta.
Tudo junto para somente poder voltar a sentir a vida por entre a minha vida.
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