Não me avisaram que não era assim. Cresci achando que era para ser assim. Não é. Não nasci para ser apaixonante. Não nasci para fazer alguém me querer para o resto da vida. Nasci para ser eu mesma e ser a primeira a me amar.
O ridículo é eu perceber isso em uma noite de insônia. Insônia que me fez parar de tripudiar no controle remoto bem em uma entrevista da Fernanda Young. Foi ela quem me contou isso. Nós mulheres não nascemos para isso.
Passamos a nos ver como os outros nos enxergam. Como os homens nos vêem. Isso é mau. O espelho perde suas referencias. Perde seu contexto. Sua razão de ser.
É insuportável ter que achar um culpado para tudo isso. Sociedade? Mais uma vez? A sociedade? Coitada dessa sociedade. Tudo é culpa dela. Se um dia ela aparecer na rua será linchada.
A culpa é de nós mesmas. De cada pessoa que ensina e que aprende a ser assim.
Como posso corrigir tudo isso? Tarde demais? Anos e anos a fio. Mortos. Esbranquiçados em algumas palavras. Mas não há a possibilidade de continuas atenuando isso.
Não falo só do “ser apaixonante”. Falo com relação a tudo o que crescemos ouvindo. Eu. Você. Ela.
Elementar.
Espero ter mais uns bons bocados de anos a viver para poder me sentir cumprindo a minha missão. Louca eu? Imagina. Apenas acordando.
Somos mais do que um desfile. Somos mais do que algo a se apreciar. Somos mais do que parecemos ser, oras.
Situação irritante.
Deve ser difícil para você perceber após anos e anos que não nascemos para ser apaixonante. Nascemos como você.
Agora você já pode deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilo, ou tranqüila. Com 5 kg a menos de peso. Você e você. Falo com vocês dois.
Gosto de te sentir. Apaixonante.
Santifiquem essa moça.
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