terça-feira, 24 de novembro de 2009

Depois de amanhã (27/11/06)

Sempre paramos para analisar nossas etapas da vida. Nós mesmos dividimos a vida em etapas que nos convém. A escola primária, o ginásio, o colegial, a faculdade. Ou então: a infância, a escola primária, o primeiro namoradinho, as primeiras baladas, as baladas seguintes, vestibular e por aí vai.

Mas independente da maneira como dividimos as nossas etapas, a análise é basicamente a mesma. Revivemos aqueles momentos e repensamos a maneira de vivê-los. Chegamos, quase que em 100% das vezes, à conclusão de que poderíamos ter feito melhor. Poderíamos ter dançado mais, curtido mais, dormido mais, comido mais, falado mais, beijado mais. Tudo a mais. Tudo a mais e tudo melhor. Por que?

Talvez as emoções sejam as maiores condutoras de nossas atitudes. Movidos pela emoção, nós acabamos por ficar sem ar, sem palavras, sem saliva, sem pé, sem cabeça. Sem.

E se realmente tivéssemos feito diferente naqueles momentos? Nossas vidas seriam completamente diferentes, isso é certo. Se você tivesse dito sim, estaria lá. Como disse não, ficou ai. Se tivesse saído, como titubeou, teria encontrado. Como não foi, procura até hoje. Como recusou, conseguiu melhor depois. Se tivesse aceitado, estaria presa naquele momento. E assim vai a seqüência da vida.

São longos anos de reflexão sobre o que passou.

“Eu deveria ter comido mais bolachas de doce de leite e assistido mais episódios do Pica-Pau e do Tom & Jerry na Sessão Desenho às 4 da tarde”. “Deveria ter estudado mais ciências e estudos sociais”. “Eu devia ter lido mais livros durante o cursinho”. “Se eu tivesse estudado um pouquinho a mais, teria passado na USP”. “Devia ter dormido mais naquele dia de chuva”.

Pensamentos que se encaixam em muitas mentes diferentes, mas ao mesmo tempo todas iguais.

“Eu era feliz e não sabia”. Isso eu aposto que você já disse milhares de vezes ao lembrar de quando você dormia a tarde de uniforme da escola. Quando não trabalhava nem pagava as contas. Quando, quando e quando.

Mas uma coisa você nunca parou pra pensar. Hoje é o seu ontem de amanhã. A sua chance de fazer com que amanhã você não pense que hoje poderia ter sido melhor, com mais bolachas de doce de leite. Tente amanhã dizer que hoje foi muito bom e que tudo que havia de ser feito, foi.

Tudo tem um preço por ser vivido. Aceite as condições da natureza e viva.

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