Achei que não conseguiria, que não chegaria lá.
Que não era pra mim, e que eu não era pra isso.
Que era muito pra mim, e que eu era muito pra aquilo.
Que desistiria antes da hora. Que não seria o suficiente.
Achei muito tempo e muito distante. Achei que seria difícil demais.
Que meu esforço era o bastante e não era o necessário.
Que seria chato demais. Que eu seria chata demais.
Que eu faria outra coisa. Que não faria coisa alguma. Que só faria isso.
Que o jardim seria mais florido. Que o bosque fosse menor.
Achei, pensei, estudei, precisei, sonhei.
Confusão, dedicação, adoração, decepção.
Indispensável, intolerável, atingível.
Achei que no final seria diferente. Idealizei exatamente assim.
Que os dias seriam longos demais. Que a semana passaria rápido.
Achei que era pra outra coisa. Que eu nasci pra isso.
Que a recompensa seria maior. Que o orgulho seria maior. Que a vida seria maior.
Que saberia o que fazer depois. Que daria passos largos. Que era tempo pra isso.
Que as alegrias seriam menores. Que eu sorriria assim.
Achei que as palmas seriam mais fortes. Que ninguém perceberia. Que os aplausos fossem em silêncio.
Quis, persegui, lutei, ganhei, cheguei, venci.
Eu já sabia.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Moby- Breve homenagem a uma noite memorável (20/11/06)
Você julga como as pessoas dançam; sim, eu sei.
Você acha que elas usam “macashort” com scarpin de uma maneira completamente desarranjada.
Você tem plena certeza que essas pessoas são marionetes das músicas. Exemplo? A música diz “put your hands in the air”, e elas põe. Ou então o refrão é “Come on, clap your hands” e tudo o que você escuta são palmas, certo? Eu sabia!
Ah, mas não pára por ai. As danças também te assustam? Você tem plena confiança de que são ensaiadas coreografias! Eu sabia, você é como nós.
Calma, não se assuste. Ainda assim, somos normais.
O garçom demora a passar, né? A cerveja é o que te salva das bizarrices? Te salva de ver as bizarrices? É assim mesmo, acostume-se.
Além de tudo, o DJ comete sérios erros ao selecionar o set list. Você preferia a versão remix de “Total Eclypse of the heart”. Eu também. Nós também. Aliás, achamos que a Dani poderia entrar mais cedo no palco. E sair mais tarde.
Tudo aquilo na frente de sua banquetinha trêmula parece uma vitrine. Mas é assim mesmo. Super tranqüilo.
E é essa vitrine que te faz sentir falta de “sair para dançar”. Ainda há discotecas, danceterias em algum lugar? Conhecemos apenas clubs de música eletrônica, onde as pessoas vão para ser vitrines apenas. E algumas casas como essa. Apenas.
No seu conceito, é totalmente inaceitável sair para pegar uma bebida, ou ir ao banheiro, e deixar o celular em cima da mesa, sem que haja alguém na mesa. Ela não acha.
O seu último gole é o grito de suplício para que o garçom volte à sua mesa. Para nós também foi!
Se você chegou a conclusão que Deus te fez cansada, um consolo: Ela também é cansada. Outro consolo? Pense que, como Ela, você também começou cedo a vida noturna. Por volta dos 12, nos bailinhos.
Bem vindo ao nosso mundo!
Você acha que elas usam “macashort” com scarpin de uma maneira completamente desarranjada.
Você tem plena certeza que essas pessoas são marionetes das músicas. Exemplo? A música diz “put your hands in the air”, e elas põe. Ou então o refrão é “Come on, clap your hands” e tudo o que você escuta são palmas, certo? Eu sabia!
Ah, mas não pára por ai. As danças também te assustam? Você tem plena confiança de que são ensaiadas coreografias! Eu sabia, você é como nós.
Calma, não se assuste. Ainda assim, somos normais.
O garçom demora a passar, né? A cerveja é o que te salva das bizarrices? Te salva de ver as bizarrices? É assim mesmo, acostume-se.
Além de tudo, o DJ comete sérios erros ao selecionar o set list. Você preferia a versão remix de “Total Eclypse of the heart”. Eu também. Nós também. Aliás, achamos que a Dani poderia entrar mais cedo no palco. E sair mais tarde.
Tudo aquilo na frente de sua banquetinha trêmula parece uma vitrine. Mas é assim mesmo. Super tranqüilo.
E é essa vitrine que te faz sentir falta de “sair para dançar”. Ainda há discotecas, danceterias em algum lugar? Conhecemos apenas clubs de música eletrônica, onde as pessoas vão para ser vitrines apenas. E algumas casas como essa. Apenas.
No seu conceito, é totalmente inaceitável sair para pegar uma bebida, ou ir ao banheiro, e deixar o celular em cima da mesa, sem que haja alguém na mesa. Ela não acha.
O seu último gole é o grito de suplício para que o garçom volte à sua mesa. Para nós também foi!
Se você chegou a conclusão que Deus te fez cansada, um consolo: Ela também é cansada. Outro consolo? Pense que, como Ela, você também começou cedo a vida noturna. Por volta dos 12, nos bailinhos.
Bem vindo ao nosso mundo!
Vidigal (11/11/06)
Ontem quando eu estava atravessando aquela ponte que despenca, um senhor me parou. Com uma aparência feia, roupas sujas e rasgadas, um cheiro desagradável, ele pôs sua mão a me parar.
“Com licença senhorita. Desculpe o incomodo de te parar assim, mas é que eu preciso muito...”
Logo coloquei a mão no bolso e com as moedinhas já em punho, ele terminou de dizer: “... eu preciso muito que você me responda o que te move”.
A cena e a cidade congelaram sob a minha vista. Com a cabeça ainda abaixada separando as moedas, parei. Franzi a sobrancelha tentando repetir a voz dele em minha mente pra saber se era aquilo mesmo que eu tinha ouvido. Sim, era. Repeti inúmeras vezes em frações de segundos na minha cabeça: “O que me move?”
Levantei o rosto e olhei para ele. A aparência passou a ser bem menos feia e o cheiro ruim tinha sumido. Estávamos no meio da ponte. “Sim, o que te move”, insistiu o velho. E eu continuava com a sinapse estacionada no que me movia. Os neurotransmissores pararam de mandar mensagens à massa encefálica.
“Pergunto isso, senhorita, porque a vida passou por mim sem que eu percebesse. Perdi casa, filhos, esposa, trabalho, tudo por não saber o que me movia. Por não saber por qual caminho eu trilhava e por pensar apenas em coisas no estado sólido. Deixei a metafísica para trás a muitos anos. Sinto muito por assustá-la e por fazer você pensar que eu quero moedas para comer algo. Nada mais me importa, sabe por que?”, disse aquele ser que despencou da minha frente. Trêmula, respondi: “Por que?”.
“Porque tudo que foi importante para mim um dia acabou. Perdi o amor da minha família. Minha esposa faleceu e eu nem pude vê-la. Meus filhos estão casados, com filhos, e não sei mais em que Estado eles moram. Meus amigos se afastaram de mim, e hoje possivelmente não me reconheçam nesse estado que me encontro. Tudo o que me sobrou foram coisas materiais, às quais eu sempre dei total importância. E só dei importância. Quando vi diante de mim aquela situação de riqueza e abandono absoluto, larguei tudo. Vivo nas ruas, com o que o mundo pode me oferecer”.
Voltei a pensar no que me movia naquele minuto. Para onde eu mandava minhas pernas me levarem. Para onde conduzia minhas palavras e pensamentos.
“Só se vive uma vez, mocinha. Se sua casa encher de água da tempestade, não se esqueça que tudo o que estará dentro dela irá estragar, menos o amor da sua família e amigos. Insisto: o que te move?”. Virou-se e seguiu pela ponte que despenca, enquanto eu olhava fixamente para a imagem daquele velho envolto no cobertor rasgado e mal cheiroso de costas para mim, até ele sumir no horizonte.
O que me move?
Lucidez demais enlouquece qualquer um.
“Com licença senhorita. Desculpe o incomodo de te parar assim, mas é que eu preciso muito...”
Logo coloquei a mão no bolso e com as moedinhas já em punho, ele terminou de dizer: “... eu preciso muito que você me responda o que te move”.
A cena e a cidade congelaram sob a minha vista. Com a cabeça ainda abaixada separando as moedas, parei. Franzi a sobrancelha tentando repetir a voz dele em minha mente pra saber se era aquilo mesmo que eu tinha ouvido. Sim, era. Repeti inúmeras vezes em frações de segundos na minha cabeça: “O que me move?”
Levantei o rosto e olhei para ele. A aparência passou a ser bem menos feia e o cheiro ruim tinha sumido. Estávamos no meio da ponte. “Sim, o que te move”, insistiu o velho. E eu continuava com a sinapse estacionada no que me movia. Os neurotransmissores pararam de mandar mensagens à massa encefálica.
“Pergunto isso, senhorita, porque a vida passou por mim sem que eu percebesse. Perdi casa, filhos, esposa, trabalho, tudo por não saber o que me movia. Por não saber por qual caminho eu trilhava e por pensar apenas em coisas no estado sólido. Deixei a metafísica para trás a muitos anos. Sinto muito por assustá-la e por fazer você pensar que eu quero moedas para comer algo. Nada mais me importa, sabe por que?”, disse aquele ser que despencou da minha frente. Trêmula, respondi: “Por que?”.
“Porque tudo que foi importante para mim um dia acabou. Perdi o amor da minha família. Minha esposa faleceu e eu nem pude vê-la. Meus filhos estão casados, com filhos, e não sei mais em que Estado eles moram. Meus amigos se afastaram de mim, e hoje possivelmente não me reconheçam nesse estado que me encontro. Tudo o que me sobrou foram coisas materiais, às quais eu sempre dei total importância. E só dei importância. Quando vi diante de mim aquela situação de riqueza e abandono absoluto, larguei tudo. Vivo nas ruas, com o que o mundo pode me oferecer”.
Voltei a pensar no que me movia naquele minuto. Para onde eu mandava minhas pernas me levarem. Para onde conduzia minhas palavras e pensamentos.
“Só se vive uma vez, mocinha. Se sua casa encher de água da tempestade, não se esqueça que tudo o que estará dentro dela irá estragar, menos o amor da sua família e amigos. Insisto: o que te move?”. Virou-se e seguiu pela ponte que despenca, enquanto eu olhava fixamente para a imagem daquele velho envolto no cobertor rasgado e mal cheiroso de costas para mim, até ele sumir no horizonte.
O que me move?
Lucidez demais enlouquece qualquer um.
Depois de amanhã (27/11/06)
Sempre paramos para analisar nossas etapas da vida. Nós mesmos dividimos a vida em etapas que nos convém. A escola primária, o ginásio, o colegial, a faculdade. Ou então: a infância, a escola primária, o primeiro namoradinho, as primeiras baladas, as baladas seguintes, vestibular e por aí vai.
Mas independente da maneira como dividimos as nossas etapas, a análise é basicamente a mesma. Revivemos aqueles momentos e repensamos a maneira de vivê-los. Chegamos, quase que em 100% das vezes, à conclusão de que poderíamos ter feito melhor. Poderíamos ter dançado mais, curtido mais, dormido mais, comido mais, falado mais, beijado mais. Tudo a mais. Tudo a mais e tudo melhor. Por que?
Talvez as emoções sejam as maiores condutoras de nossas atitudes. Movidos pela emoção, nós acabamos por ficar sem ar, sem palavras, sem saliva, sem pé, sem cabeça. Sem.
E se realmente tivéssemos feito diferente naqueles momentos? Nossas vidas seriam completamente diferentes, isso é certo. Se você tivesse dito sim, estaria lá. Como disse não, ficou ai. Se tivesse saído, como titubeou, teria encontrado. Como não foi, procura até hoje. Como recusou, conseguiu melhor depois. Se tivesse aceitado, estaria presa naquele momento. E assim vai a seqüência da vida.
São longos anos de reflexão sobre o que passou.
“Eu deveria ter comido mais bolachas de doce de leite e assistido mais episódios do Pica-Pau e do Tom & Jerry na Sessão Desenho às 4 da tarde”. “Deveria ter estudado mais ciências e estudos sociais”. “Eu devia ter lido mais livros durante o cursinho”. “Se eu tivesse estudado um pouquinho a mais, teria passado na USP”. “Devia ter dormido mais naquele dia de chuva”.
Pensamentos que se encaixam em muitas mentes diferentes, mas ao mesmo tempo todas iguais.
“Eu era feliz e não sabia”. Isso eu aposto que você já disse milhares de vezes ao lembrar de quando você dormia a tarde de uniforme da escola. Quando não trabalhava nem pagava as contas. Quando, quando e quando.
Mas uma coisa você nunca parou pra pensar. Hoje é o seu ontem de amanhã. A sua chance de fazer com que amanhã você não pense que hoje poderia ter sido melhor, com mais bolachas de doce de leite. Tente amanhã dizer que hoje foi muito bom e que tudo que havia de ser feito, foi.
Tudo tem um preço por ser vivido. Aceite as condições da natureza e viva.
Mas independente da maneira como dividimos as nossas etapas, a análise é basicamente a mesma. Revivemos aqueles momentos e repensamos a maneira de vivê-los. Chegamos, quase que em 100% das vezes, à conclusão de que poderíamos ter feito melhor. Poderíamos ter dançado mais, curtido mais, dormido mais, comido mais, falado mais, beijado mais. Tudo a mais. Tudo a mais e tudo melhor. Por que?
Talvez as emoções sejam as maiores condutoras de nossas atitudes. Movidos pela emoção, nós acabamos por ficar sem ar, sem palavras, sem saliva, sem pé, sem cabeça. Sem.
E se realmente tivéssemos feito diferente naqueles momentos? Nossas vidas seriam completamente diferentes, isso é certo. Se você tivesse dito sim, estaria lá. Como disse não, ficou ai. Se tivesse saído, como titubeou, teria encontrado. Como não foi, procura até hoje. Como recusou, conseguiu melhor depois. Se tivesse aceitado, estaria presa naquele momento. E assim vai a seqüência da vida.
São longos anos de reflexão sobre o que passou.
“Eu deveria ter comido mais bolachas de doce de leite e assistido mais episódios do Pica-Pau e do Tom & Jerry na Sessão Desenho às 4 da tarde”. “Deveria ter estudado mais ciências e estudos sociais”. “Eu devia ter lido mais livros durante o cursinho”. “Se eu tivesse estudado um pouquinho a mais, teria passado na USP”. “Devia ter dormido mais naquele dia de chuva”.
Pensamentos que se encaixam em muitas mentes diferentes, mas ao mesmo tempo todas iguais.
“Eu era feliz e não sabia”. Isso eu aposto que você já disse milhares de vezes ao lembrar de quando você dormia a tarde de uniforme da escola. Quando não trabalhava nem pagava as contas. Quando, quando e quando.
Mas uma coisa você nunca parou pra pensar. Hoje é o seu ontem de amanhã. A sua chance de fazer com que amanhã você não pense que hoje poderia ter sido melhor, com mais bolachas de doce de leite. Tente amanhã dizer que hoje foi muito bom e que tudo que havia de ser feito, foi.
Tudo tem um preço por ser vivido. Aceite as condições da natureza e viva.
Mais que tudo (28/10/06)
É por essas e outras que vale a pena viver.
Pelo cheiro de café que enfeitiça a casa às 8h da manhã e nos acorda;
Pela cor da parede da casa, que muda a cada mês;
Pelo rosnar do cachorro quando sente que estamos no portão;
Pelo seu “não é nada” quando se tem tudo.
É por essas e outras que agradeço acordar todas as manhãs.
Por comer um arroz fesquinho;
Por saber que posso ligar pra casa e encontrar minha fortaleza;
Por poder contar com amigos que vão além. Irmãos;
Pela dor que sinto e que amanhã será menor.
É por isso que Deus nos dá de presente a vida e ela vale a pena.
Pela maça do amor que comi na pracinha;
Pelo mergulho rápido que dei no mar no dia de chuva;
Por ouvir a gargalhada do vizinho e rir junto, sem saber por que;
Pela lata de leite condensado que raspei hoje.
Por isso que a vida vale a pena para mim.
Por brincar de mímica com as minhas amigas em um sábado a noite;
Por beber uma cerveja com elas em outro sábado a noite;
Pela música que ouço ela cantar;
Pelos dias que passam e olho pro lado e elas continuam lá. Ano após ano.
É por isso que vale a pena viver, realmente.
Por não cansar de ver “Curtindo a vida adoidado”;
Por esperar sempre Ed Rooney aparecer na cena final e rir como se fosse a primeira vez;
Por conhecer cada milímetro seu e saber como você responde aos instintos;
Por uma barra de Diamante Negro às 3 horas da manhã de quarta-feira.
E é por isso que eu amo viver.
Por ser acordada de madrugada para discutir o TCC;
Pelo livro da biblioteca que sempre esqueço de devolver;
Por sonhar com meus filhos, minhas árvores plantadas, meus livros escritos;
Por vestir trezentas roupas e sair sempre com a primeira opção.
É por essas e outras que nossa vida de hoje é chamada de “presente”.
Por sair sem rumo de casa e conhecer tripulantes do navio atracado no porto em plena madrugada;
Por saber que no meio deles está um indiano que dança rebolando;
Por rir tanto com essa dança que um ano se passou e a graça é a mesma;
Porque sei que aquela noite foi especial, com pessoas especiais e que pode se repetir muitas vezes.
Porque são essas coisas insignificantes que dão o sal e a pimenta da minha vida.
Pelo cheiro de café que enfeitiça a casa às 8h da manhã e nos acorda;
Pela cor da parede da casa, que muda a cada mês;
Pelo rosnar do cachorro quando sente que estamos no portão;
Pelo seu “não é nada” quando se tem tudo.
É por essas e outras que agradeço acordar todas as manhãs.
Por comer um arroz fesquinho;
Por saber que posso ligar pra casa e encontrar minha fortaleza;
Por poder contar com amigos que vão além. Irmãos;
Pela dor que sinto e que amanhã será menor.
É por isso que Deus nos dá de presente a vida e ela vale a pena.
Pela maça do amor que comi na pracinha;
Pelo mergulho rápido que dei no mar no dia de chuva;
Por ouvir a gargalhada do vizinho e rir junto, sem saber por que;
Pela lata de leite condensado que raspei hoje.
Por isso que a vida vale a pena para mim.
Por brincar de mímica com as minhas amigas em um sábado a noite;
Por beber uma cerveja com elas em outro sábado a noite;
Pela música que ouço ela cantar;
Pelos dias que passam e olho pro lado e elas continuam lá. Ano após ano.
É por isso que vale a pena viver, realmente.
Por não cansar de ver “Curtindo a vida adoidado”;
Por esperar sempre Ed Rooney aparecer na cena final e rir como se fosse a primeira vez;
Por conhecer cada milímetro seu e saber como você responde aos instintos;
Por uma barra de Diamante Negro às 3 horas da manhã de quarta-feira.
E é por isso que eu amo viver.
Por ser acordada de madrugada para discutir o TCC;
Pelo livro da biblioteca que sempre esqueço de devolver;
Por sonhar com meus filhos, minhas árvores plantadas, meus livros escritos;
Por vestir trezentas roupas e sair sempre com a primeira opção.
É por essas e outras que nossa vida de hoje é chamada de “presente”.
Por sair sem rumo de casa e conhecer tripulantes do navio atracado no porto em plena madrugada;
Por saber que no meio deles está um indiano que dança rebolando;
Por rir tanto com essa dança que um ano se passou e a graça é a mesma;
Porque sei que aquela noite foi especial, com pessoas especiais e que pode se repetir muitas vezes.
Porque são essas coisas insignificantes que dão o sal e a pimenta da minha vida.
Naked and Sacred (29/07/06)
Eu sei.
Sou tudo o que você queria. Naquela noite em que nenhuma pizza estava do seu gosto.
Sou tudo o que você queria no dia chuvoso, em que as ruas alagavam e ninguém mais andava na cidade.
Eu sei. Eu sei.
Tudo o que você precisava na semana que em esteve de cama, doente. Quando ninguém se importava com seu mal estar.
Tudo o que seu coração chamava quando o carro bateu. Tudo o que sentiu falta nas noites geladas de Nova York.
Me contaram. Eu sei.
Sou tudo o que um dia pudesse desejar. Tudo o que você poderia ter de um mundo inteiro. De dias. De noites. De espetáculo.
É. Eu sei.
Sou tudo o que você pode alcançar em todos os seus melhores momentos.
Tudo o que você encontrou depois da longa escalada no Everest.
Sou tudo o que pode te esquentar no inverno quente que vivemos.
Eu sei. Eu sei.
Mas ser, simplesmente não é ser tudo.
Porque não estive ao seu lado, testando os sabores de pizza. Não consegui chegar até você com as ruas alagadas.
Você saberá.
Não soube que você estava doente e nem me contaram de seu acidente. Não pude te acompanhar em Nova York.
Você vai saber...
Sou, mas não fui um presente do destino. Dos dias. Das noites. Do fim do espetáculo e nem te esperei no pico do Everest. E neste inverno, estou em vivendo no verão.
Sou, mas fui tarde.
Sou tudo o que você queria. Naquela noite em que nenhuma pizza estava do seu gosto.
Sou tudo o que você queria no dia chuvoso, em que as ruas alagavam e ninguém mais andava na cidade.
Eu sei. Eu sei.
Tudo o que você precisava na semana que em esteve de cama, doente. Quando ninguém se importava com seu mal estar.
Tudo o que seu coração chamava quando o carro bateu. Tudo o que sentiu falta nas noites geladas de Nova York.
Me contaram. Eu sei.
Sou tudo o que um dia pudesse desejar. Tudo o que você poderia ter de um mundo inteiro. De dias. De noites. De espetáculo.
É. Eu sei.
Sou tudo o que você pode alcançar em todos os seus melhores momentos.
Tudo o que você encontrou depois da longa escalada no Everest.
Sou tudo o que pode te esquentar no inverno quente que vivemos.
Eu sei. Eu sei.
Mas ser, simplesmente não é ser tudo.
Porque não estive ao seu lado, testando os sabores de pizza. Não consegui chegar até você com as ruas alagadas.
Você saberá.
Não soube que você estava doente e nem me contaram de seu acidente. Não pude te acompanhar em Nova York.
Você vai saber...
Sou, mas não fui um presente do destino. Dos dias. Das noites. Do fim do espetáculo e nem te esperei no pico do Everest. E neste inverno, estou em vivendo no verão.
Sou, mas fui tarde.
Dois (23/09/06)
Dificil é saber se você está aqui. Se seu corpo responde.
Difícil é entender o que você pensa de mim. Se sua alma concorda.
Difícil é sentir o que você fala de mim. Se teu beijo cala.
Difícil é achar o que você faz verdadeiro. Se teu olhos desmentem.
Difícil é amar como eu queria. Se tua mão me afasta.
Difícil é abraçar com calor. Se tuas palavras gelam.
Difícil é beijar e sentir teu cheiro. Se você se afasta.
Difícil é sair e poder voltar. Se eu achar outro caminho.
Difícil é entender o que você pensa de mim. Se sua alma concorda.
Difícil é sentir o que você fala de mim. Se teu beijo cala.
Difícil é achar o que você faz verdadeiro. Se teu olhos desmentem.
Difícil é amar como eu queria. Se tua mão me afasta.
Difícil é abraçar com calor. Se tuas palavras gelam.
Difícil é beijar e sentir teu cheiro. Se você se afasta.
Difícil é sair e poder voltar. Se eu achar outro caminho.
Você tem 10 segundos... (07/08/06)
Nem sempre nos damos conta da importância das pessoas em nossas vidas. Sabe quando temos alguém lado-a-lado todos os dias e de repente ela sai de mansinho e só ai percebemos que por muito tempo ela esteve ali? É isso.
Esquecemos de ver o tempo passar e de reconhecer quem é muito importante para nós. Esquecemos também de falar para essas pessoas como são amadas e essenciais para nós. Família, amigos, amores, professores, porteiros, faxineiras. Cada um do seu tamanho. Fechamos os olhos e quando abrimos segundos depois, passou. Foram. Isso dói. E também se lembre de uma coisa importante: não morremos apenas quando estamos velhos ou doentes. Fatalidades existem. E aos montes.
Em algumas linhas lidas você já deve ter parado para pensar quem são essas pessoas na sua vida, correto? E seu inconsciente já deve ter planejado como e quando dizer para essas tais pessoas o que você nunca disse e sentiu vontade de dizer, estou certa?
Então me responda, por que ficar parados vendo a vida passar? Você pode ser o próximo. Espero que não!
Cada dia nasce para uma nova tentativa. De que eu não sei, depende de você. O sol nasce em sinal de mais uma chance. E a noite vem na esperança de que amanhã você terá uma nova chance. Assim mesmo, com essa sincronia. Sol. Lua. Sol. Lua. Sol. Lua...
“Não existe hora certa para dizer o que sentimos se quem sente estiver te ouvindo e não te compreender, não te merecer. O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras. Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação”.
Mário Quintana disse tudo, não é mesmo?
Sim, disse.
Então eu ainda não entendi o que você ainda faz ai parado. Sem se mover.
Nós mudamos demais. Metamorfoses diárias. E isso nos faz querer mudar as pedras dos nossos caminhos e lutar pelas nossas loucuras.
Falo isso com muito pesar, depois de saber que os 19 anos da vida de uma pessoa foram interrompidos por uma fatalidade. Aqueles sonhos, devaneios, chances a vista, amores para serem vividos naquelas frases “você tem muito tempo pela frente, meu filho. Quando chegar na minha idade...”. Não. Ele não vai chegar na sua idade. Nem na minha. Naquela tarde ensolarada de sábado tudo foi interrompido. Por uma fatalidade.
Quero ter em mente que a cada noite quando me deito eu fiz mais do que o possível por mim e por todos vocês, porque não sei como será a linda manhã seguinte.
Por favor, mexa-se.
Esquecemos de ver o tempo passar e de reconhecer quem é muito importante para nós. Esquecemos também de falar para essas pessoas como são amadas e essenciais para nós. Família, amigos, amores, professores, porteiros, faxineiras. Cada um do seu tamanho. Fechamos os olhos e quando abrimos segundos depois, passou. Foram. Isso dói. E também se lembre de uma coisa importante: não morremos apenas quando estamos velhos ou doentes. Fatalidades existem. E aos montes.
Em algumas linhas lidas você já deve ter parado para pensar quem são essas pessoas na sua vida, correto? E seu inconsciente já deve ter planejado como e quando dizer para essas tais pessoas o que você nunca disse e sentiu vontade de dizer, estou certa?
Então me responda, por que ficar parados vendo a vida passar? Você pode ser o próximo. Espero que não!
Cada dia nasce para uma nova tentativa. De que eu não sei, depende de você. O sol nasce em sinal de mais uma chance. E a noite vem na esperança de que amanhã você terá uma nova chance. Assim mesmo, com essa sincronia. Sol. Lua. Sol. Lua. Sol. Lua...
“Não existe hora certa para dizer o que sentimos se quem sente estiver te ouvindo e não te compreender, não te merecer. O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras. Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação”.
Mário Quintana disse tudo, não é mesmo?
Sim, disse.
Então eu ainda não entendi o que você ainda faz ai parado. Sem se mover.
Nós mudamos demais. Metamorfoses diárias. E isso nos faz querer mudar as pedras dos nossos caminhos e lutar pelas nossas loucuras.
Falo isso com muito pesar, depois de saber que os 19 anos da vida de uma pessoa foram interrompidos por uma fatalidade. Aqueles sonhos, devaneios, chances a vista, amores para serem vividos naquelas frases “você tem muito tempo pela frente, meu filho. Quando chegar na minha idade...”. Não. Ele não vai chegar na sua idade. Nem na minha. Naquela tarde ensolarada de sábado tudo foi interrompido. Por uma fatalidade.
Quero ter em mente que a cada noite quando me deito eu fiz mais do que o possível por mim e por todos vocês, porque não sei como será a linda manhã seguinte.
Por favor, mexa-se.
Logo abaixo de você (01/08/09)
Perguntaram-me uma vez. Não soube responder... o que será isso?
O que você falaria?
Faria?
Pensaria?
Eu continuo perguntando.
It´s so hard to do.
Se não falar, não falarei.
Complicado demais. Doloroso. Dizem que está por ai. Devaneios.
O poder de um toque é imensurável. É pele. Sintonia. Cheiro. Dizem que se chama “química”. Eu acho que se chama...
Não sei!!! Pare de me perguntar!!!
Quer que eu repita? EU NÃO SEI. Pronto.
Pode ir embora. Posso ir embora também?
Vai, mas fique perto.
Sabe de uma coisa? Não? Nem eu.
O que eu posso dizer é que é bom aprender. Eu gosto. Mas desgosto. Quando é assim. Quando eu passeio eu os vejo. Estão sempre lá. Lindos! É suave. Como o toque. O seu. Aquele... aquele toque de cheiro.
E vou te contar um segredo. Mas fica entre nós. Sabe onde eu guardei tudo aquilo? No mar. Mas lá no fundo. Protegido. Olhe no mar, lá na linha do horizonte. Está lá. Mas só aparece quando o sol começa seu espetáculo de Adeus e vai se esconder. Esconde-se dentro de tudo aquilo que guardei. Lindo não?
O que você falaria?
Faria?
Pensaria?
Eu continuo perguntando.
It´s so hard to do.
Se não falar, não falarei.
Complicado demais. Doloroso. Dizem que está por ai. Devaneios.
O poder de um toque é imensurável. É pele. Sintonia. Cheiro. Dizem que se chama “química”. Eu acho que se chama...
Não sei!!! Pare de me perguntar!!!
Quer que eu repita? EU NÃO SEI. Pronto.
Pode ir embora. Posso ir embora também?
Vai, mas fique perto.
Sabe de uma coisa? Não? Nem eu.
O que eu posso dizer é que é bom aprender. Eu gosto. Mas desgosto. Quando é assim. Quando eu passeio eu os vejo. Estão sempre lá. Lindos! É suave. Como o toque. O seu. Aquele... aquele toque de cheiro.
E vou te contar um segredo. Mas fica entre nós. Sabe onde eu guardei tudo aquilo? No mar. Mas lá no fundo. Protegido. Olhe no mar, lá na linha do horizonte. Está lá. Mas só aparece quando o sol começa seu espetáculo de Adeus e vai se esconder. Esconde-se dentro de tudo aquilo que guardei. Lindo não?
You cannot rewind reallity once the tape´s unrolled (01/08/06)
Não me avisaram que não era assim. Cresci achando que era para ser assim. Não é. Não nasci para ser apaixonante. Não nasci para fazer alguém me querer para o resto da vida. Nasci para ser eu mesma e ser a primeira a me amar.
O ridículo é eu perceber isso em uma noite de insônia. Insônia que me fez parar de tripudiar no controle remoto bem em uma entrevista da Fernanda Young. Foi ela quem me contou isso. Nós mulheres não nascemos para isso.
Passamos a nos ver como os outros nos enxergam. Como os homens nos vêem. Isso é mau. O espelho perde suas referencias. Perde seu contexto. Sua razão de ser.
É insuportável ter que achar um culpado para tudo isso. Sociedade? Mais uma vez? A sociedade? Coitada dessa sociedade. Tudo é culpa dela. Se um dia ela aparecer na rua será linchada.
A culpa é de nós mesmas. De cada pessoa que ensina e que aprende a ser assim.
Como posso corrigir tudo isso? Tarde demais? Anos e anos a fio. Mortos. Esbranquiçados em algumas palavras. Mas não há a possibilidade de continuas atenuando isso.
Não falo só do “ser apaixonante”. Falo com relação a tudo o que crescemos ouvindo. Eu. Você. Ela.
Elementar.
Espero ter mais uns bons bocados de anos a viver para poder me sentir cumprindo a minha missão. Louca eu? Imagina. Apenas acordando.
Somos mais do que um desfile. Somos mais do que algo a se apreciar. Somos mais do que parecemos ser, oras.
Situação irritante.
Deve ser difícil para você perceber após anos e anos que não nascemos para ser apaixonante. Nascemos como você.
Agora você já pode deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilo, ou tranqüila. Com 5 kg a menos de peso. Você e você. Falo com vocês dois.
Gosto de te sentir. Apaixonante.
Santifiquem essa moça.
O ridículo é eu perceber isso em uma noite de insônia. Insônia que me fez parar de tripudiar no controle remoto bem em uma entrevista da Fernanda Young. Foi ela quem me contou isso. Nós mulheres não nascemos para isso.
Passamos a nos ver como os outros nos enxergam. Como os homens nos vêem. Isso é mau. O espelho perde suas referencias. Perde seu contexto. Sua razão de ser.
É insuportável ter que achar um culpado para tudo isso. Sociedade? Mais uma vez? A sociedade? Coitada dessa sociedade. Tudo é culpa dela. Se um dia ela aparecer na rua será linchada.
A culpa é de nós mesmas. De cada pessoa que ensina e que aprende a ser assim.
Como posso corrigir tudo isso? Tarde demais? Anos e anos a fio. Mortos. Esbranquiçados em algumas palavras. Mas não há a possibilidade de continuas atenuando isso.
Não falo só do “ser apaixonante”. Falo com relação a tudo o que crescemos ouvindo. Eu. Você. Ela.
Elementar.
Espero ter mais uns bons bocados de anos a viver para poder me sentir cumprindo a minha missão. Louca eu? Imagina. Apenas acordando.
Somos mais do que um desfile. Somos mais do que algo a se apreciar. Somos mais do que parecemos ser, oras.
Situação irritante.
Deve ser difícil para você perceber após anos e anos que não nascemos para ser apaixonante. Nascemos como você.
Agora você já pode deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilo, ou tranqüila. Com 5 kg a menos de peso. Você e você. Falo com vocês dois.
Gosto de te sentir. Apaixonante.
Santifiquem essa moça.
É lá (29/08/06)
Siga a seta.
Siga a reta.
Siga a luz.
Sinta a pressa.
Sinta a brisa.
Flores em brisa. Passeio em sol. Claro dia complicado. Simples raio de sol.
Som mutante. Palavras dissimuladas. Atitudes ligeiras. Aquele cheiro.
Tudo dentro da caixa. Sempre presente. Se encaixa.
E na torre da igreja... só o sino. Calmo. Quieto.
É só deixar levar. Voar no vento, no tempo. E deixe secar ao tom da lágrima.
No caminho da reta, da seta. Siga. Lá está a luz. Luz que apressa, que desacelera.
Luz clara do vento, do tempo, da brisa.
Só esses sorrisos que deixam superstições em minha mente. Não faz mal.
São os sorrisos do caminho, da reta, da seta. Da luz, da brisa. Da Luz.
Siga a reta.
Siga a luz.
Sinta a pressa.
Sinta a brisa.
Flores em brisa. Passeio em sol. Claro dia complicado. Simples raio de sol.
Som mutante. Palavras dissimuladas. Atitudes ligeiras. Aquele cheiro.
Tudo dentro da caixa. Sempre presente. Se encaixa.
E na torre da igreja... só o sino. Calmo. Quieto.
É só deixar levar. Voar no vento, no tempo. E deixe secar ao tom da lágrima.
No caminho da reta, da seta. Siga. Lá está a luz. Luz que apressa, que desacelera.
Luz clara do vento, do tempo, da brisa.
Só esses sorrisos que deixam superstições em minha mente. Não faz mal.
São os sorrisos do caminho, da reta, da seta. Da luz, da brisa. Da Luz.
Assim (24/07/06)
Eu sou assim, sou assado. Sou dessa forma que você enxerga. Sou da maneira que você escolhe me ver. Mudo conforme a música. Mudo conforme a estação do ano. Mudo conforme o tempo. Sou assim quando chove. Sou assim quando faz sol.
Gosto de cachorros e de gatos. Adoro sorrir. Mas também choro. Com facilidade, eu diria. Não conheço muitos lugares do mundo que sonho conhecer, mas já estive em todos, ao menos por um minuto da minha vida. África seria uma boa pedida. Ásia. Países diferentes, misteriosos. Líbia.
Tenho defeitos. Alguns. Vários. Mas confesso que muitas qualidades minhas não se encontrar em qualquer pessoa em todas as esquinas. Você iria adorar me conhecer.
Não costumo ter dias ruins. Mas quando tenho costumo tirar proveito disso porque um dia bom quando vem depois de um dia ruim é mais gostoso. Experimente.
Gosto de pessoas sinceras no olhar. Aquelas que não precisamos de mais de 5 minutos de conversa para saber qual é a intenção dela. Tenho poucas e boas amigas. A maioria é assim. Ou assado. Mas são amigas, sim.
Estou sempre correndo. Para lá. Às vezes vou para cá também. Gosto de andar.
Meditar é bom. Eu gosto. Faço. A minha energia vem do mar, de pedras. Você já deve ter sentido.
Adoro comer. Não costumo comer muito. Carne, peixe, frango, legumes e verduras estão entre meus pratos preferidos. Você gosta?
Sei o tamanho da vida. Sei que ela é imensa. Sei que ela é muito especial. E sei também que só se vive uma vez. Na próxima encarnação não vou saber se fui assim ou assado na vida anterior. Por isso, vivo. Ouço muita música. Gosto de dançar e cantar. Já soube cantar. Hoje eu tento. Ah... conte-me uma história... para eu tentar muda-la.
Tenho muitos apelidos. Acho que gosto de todos porque não gosto do meu nome. Os apelidos me fazem esquecer da minha certidão de nascimento.
Tenho pai, mãe e irmã. Lembro-me deles todos os dias, mesmo estando cada um em um canto da vida. Está vendo? Sou assim, sou assado... Sendo eu assim gosto de ver pessoas felizes. Brigas são perda de tempo. O tempo gasto em uma discussão poderia ser desperdiçado com alguns beijos, abraços e sorrisos.
Já eu sendo assado adoro fazer das minhas 24 horas do dia um dia de 53 horas 41 minutos e 56 segundos. Sinto que sou mais útil ao mundo e a mim mesma.
Concordo plenamente com você. Acho que as pessoas têm que dizer “eu te amo”com uma maior freqüência.
Mentiras são feias. Mas, desculpe-me por não mentir nesse momento, elas são necessárias em alguns tempos da vida. O mundo é feito de chuva e de sol, meu bem.
Mas sabe o que eu gosto mesmo? Gosto de gostar. De gostar, simplesmente. Se eu gostei, gostei de gostar, sabe? E você?
Tenho DDD- Depressão de Domingo. A voz do Faustão me dá calafrios. As atrações do Gugu assustam. E a vinheta do Fantástico e aquelas mulheres que dançavam há anos atrás me deixam com frio na barriga. Gostava de Topa Tudo por Dinheiro.
Tenho algumas cicatrizes. Umas por acaso. Umas que eu quis ter. Coloridas. E outras que vieram sem que eu percebesse. Sabe quando você se olha e acha uma cicatriz e pensa: “De onde surgiu isso? Eu me machuquei?”.
Definitivamente eu sou assim. Sou muito mais do que o que você leu. Sou muito mais do que você enxergou. Sou menos do que acabou de passar na sua cabeça. Afinal, sou filha de Deus, como você. Mas meus 46 cromossomos me fizeram assim. São 23 do papai e 23 da mamãe. Mitose. Meiose. Ai ai...
Gosto de cachorros e de gatos. Adoro sorrir. Mas também choro. Com facilidade, eu diria. Não conheço muitos lugares do mundo que sonho conhecer, mas já estive em todos, ao menos por um minuto da minha vida. África seria uma boa pedida. Ásia. Países diferentes, misteriosos. Líbia.
Tenho defeitos. Alguns. Vários. Mas confesso que muitas qualidades minhas não se encontrar em qualquer pessoa em todas as esquinas. Você iria adorar me conhecer.
Não costumo ter dias ruins. Mas quando tenho costumo tirar proveito disso porque um dia bom quando vem depois de um dia ruim é mais gostoso. Experimente.
Gosto de pessoas sinceras no olhar. Aquelas que não precisamos de mais de 5 minutos de conversa para saber qual é a intenção dela. Tenho poucas e boas amigas. A maioria é assim. Ou assado. Mas são amigas, sim.
Estou sempre correndo. Para lá. Às vezes vou para cá também. Gosto de andar.
Meditar é bom. Eu gosto. Faço. A minha energia vem do mar, de pedras. Você já deve ter sentido.
Adoro comer. Não costumo comer muito. Carne, peixe, frango, legumes e verduras estão entre meus pratos preferidos. Você gosta?
Sei o tamanho da vida. Sei que ela é imensa. Sei que ela é muito especial. E sei também que só se vive uma vez. Na próxima encarnação não vou saber se fui assim ou assado na vida anterior. Por isso, vivo. Ouço muita música. Gosto de dançar e cantar. Já soube cantar. Hoje eu tento. Ah... conte-me uma história... para eu tentar muda-la.
Tenho muitos apelidos. Acho que gosto de todos porque não gosto do meu nome. Os apelidos me fazem esquecer da minha certidão de nascimento.
Tenho pai, mãe e irmã. Lembro-me deles todos os dias, mesmo estando cada um em um canto da vida. Está vendo? Sou assim, sou assado... Sendo eu assim gosto de ver pessoas felizes. Brigas são perda de tempo. O tempo gasto em uma discussão poderia ser desperdiçado com alguns beijos, abraços e sorrisos.
Já eu sendo assado adoro fazer das minhas 24 horas do dia um dia de 53 horas 41 minutos e 56 segundos. Sinto que sou mais útil ao mundo e a mim mesma.
Concordo plenamente com você. Acho que as pessoas têm que dizer “eu te amo”com uma maior freqüência.
Mentiras são feias. Mas, desculpe-me por não mentir nesse momento, elas são necessárias em alguns tempos da vida. O mundo é feito de chuva e de sol, meu bem.
Mas sabe o que eu gosto mesmo? Gosto de gostar. De gostar, simplesmente. Se eu gostei, gostei de gostar, sabe? E você?
Tenho DDD- Depressão de Domingo. A voz do Faustão me dá calafrios. As atrações do Gugu assustam. E a vinheta do Fantástico e aquelas mulheres que dançavam há anos atrás me deixam com frio na barriga. Gostava de Topa Tudo por Dinheiro.
Tenho algumas cicatrizes. Umas por acaso. Umas que eu quis ter. Coloridas. E outras que vieram sem que eu percebesse. Sabe quando você se olha e acha uma cicatriz e pensa: “De onde surgiu isso? Eu me machuquei?”.
Definitivamente eu sou assim. Sou muito mais do que o que você leu. Sou muito mais do que você enxergou. Sou menos do que acabou de passar na sua cabeça. Afinal, sou filha de Deus, como você. Mas meus 46 cromossomos me fizeram assim. São 23 do papai e 23 da mamãe. Mitose. Meiose. Ai ai...
Reticências (14/07/06)
Amargo. Forte. Ríspido. Doce. Frágil. Suave. Vermelho. Branco. Errado e Certo. Certo e Errado. Antíteses e Semelhanças.
Depende do seu ponto de vista. Dói da mesma maneira. Quando começa um e termina o outro. Vivem na mesma casa.
Não sei como. Não se come arroz com feijão e macarrão.
São grandes. Duram eternamente. Depende do coração que vivem. Podem sumir em um estalar de dedos.
O pacote é completo. Pede um e aparecem dois. Um é intenso. Mas assim que acaba, aparece o outro.
Nem todos podem saber. Nem ver. Nem entender.
Dizem que sou louca...
Não se acha procurando. Sabe aquela frase... “cuide do seu jardim para que as borboletas apareçam”? É mais ou menos assim. Melhor. É assim.
Mas não bata nas borboletas. Elas se machucam, e entra em cena aquele que vem junto com o outro, lembra? O que aparece quando o primeiro vai embora.
A teoria é simples, como 2 + 2 = 4.
Aposto que você já tentou mensurá-lo uma vez que seja na vida. Medir. “É assim, do tamanho do mar”. “É imenso. Infinito”.
Já sei, usou a velha tática da infância para ser o vencedor. “É infinito vezes infinito. Ganhei!”. Pode ter ganhado.
Mas, errou. É maior. Imensurável. Quebra com grosserias. Trinca com desavenças. Mancha com a mentira. As vezes no topo. As vezes na base. Nunca no meio. Ou é ou não é. É.
Muitos vivem isso. Poucos sabem como. Acho complexo demais. Esses sentimentos “univitelinos” podem ser muitos. Mas você sabe do que eu estou falando.
Depende do seu ponto de vista. Dói da mesma maneira. Quando começa um e termina o outro. Vivem na mesma casa.
Não sei como. Não se come arroz com feijão e macarrão.
São grandes. Duram eternamente. Depende do coração que vivem. Podem sumir em um estalar de dedos.
O pacote é completo. Pede um e aparecem dois. Um é intenso. Mas assim que acaba, aparece o outro.
Nem todos podem saber. Nem ver. Nem entender.
Dizem que sou louca...
Não se acha procurando. Sabe aquela frase... “cuide do seu jardim para que as borboletas apareçam”? É mais ou menos assim. Melhor. É assim.
Mas não bata nas borboletas. Elas se machucam, e entra em cena aquele que vem junto com o outro, lembra? O que aparece quando o primeiro vai embora.
A teoria é simples, como 2 + 2 = 4.
Aposto que você já tentou mensurá-lo uma vez que seja na vida. Medir. “É assim, do tamanho do mar”. “É imenso. Infinito”.
Já sei, usou a velha tática da infância para ser o vencedor. “É infinito vezes infinito. Ganhei!”. Pode ter ganhado.
Mas, errou. É maior. Imensurável. Quebra com grosserias. Trinca com desavenças. Mancha com a mentira. As vezes no topo. As vezes na base. Nunca no meio. Ou é ou não é. É.
Muitos vivem isso. Poucos sabem como. Acho complexo demais. Esses sentimentos “univitelinos” podem ser muitos. Mas você sabe do que eu estou falando.
Je ne comprends pas (08/07/06)
Ela era uma artista. Pintava quadros. Há quase um ano havia começado a pintar uma grande tela, chamava-se “C´est la Vie”, ou “É a vida”, em francês.
A tela era enorme. Se ficasse no tripé, a pintora precisaria de uma escada para alcançar o topo. Portanto resolveu deixá-la no chão. Assim se sentiria mais confortável para fazer a sua obra.
Começou a riscar o desenho. Com o “giz carvão”. Tudo parecia meio borrado, mas as formas verdadeiras estavam por vir. Em um mês o quadro estava “riscado”, e a partir daí era só começar a pintura. Tintas de todas as cores a esperavam na sala de sua casa.
O quadro foi aparecendo. Dia após dia. Começando pelos azuis das bordas. Claro. Escuro. Azul, simplesmente. Não sabe que cor é essa? Aquela que aparece no céu, quase que diariamente. Aquela que tem no quarto do menino recém-nascido. Lembrou? Azul da paz. Azul celeste. Azul de Deus.
Depois, os tons de amarelo. “Alaranjando-se” a cada centímetro. O amarelo é a cor do Sol. Talvez você realmente não saiba que cor é essa, porque olhar para o Sol dói os olhos. Mas o amarelo é encantador. Animador. Feliz. Contente. Já os tons “alaranjados” dão mais vida ao que já tem luz própria. Ao mesmo tempo, o amarelo pode ser apático. Triste. Sem graça. Mas isso depende de quais olhos estão o vendo.
O vermelho começou a aparecer. Nesta época já devia ser verão no país dela. Líbia. Mais especificamente, Tobruk, cidade regada pelo Mar Mediterrâneo.
Já tinha me esquecido. Preciso te dizer qual é essa cor. Vermelho é a cor mais quente. É forte. Tem personalidade. Fala por si só. Romântica, ao mesmo tempo.
Depois, o vermelho clareou. Apareceu o rosa. Rosa, a cor. Não é rosa, a flor. Rosa é simplesmente rosa. Lindo, calmo, romântico também, como sua mãe; vermelho. Sutil. É a cor do quarto de meninas recém-nascidas. E de muitas adultas também.
Verde. Verde folha. Verde natureza. A cor da bandeira de muitos países. Verde força. Verde esperança. Ele também fez parte de “C´est la Vie”. Sempre presente e forte. Ele é quase insuperável.
Depois, o pincel mudou de cor e deixou o lilás no quadro. Lilás não é azul. Mas também não é rosa. Lilás é saudade. É nostalgia. Sabe quando você lembra de algo que te dá muita saudade? Uma pessoa. Ou uma viagem. Um sentimento. Um momento. Uma música. Tudo isso que você lembra é lilás. Lindo. Carinhoso. Um carinho.
Ela não se cansava. A vida estaria contada naquele imenso quadro. Só não se sabe qual parede iria sustentar aquela obra. Talvez a melhor opção fosse alguma praça da Líbia. Longe do deserto, porque senão o quadro ressecaria. Ele não era envernizado.
O branco também foi usado. Por que não? Ele é a fonte de todas as cores, e estava em destaque no meio da tela. Uma bola branca. Parecia um algodão no pé, sabe? Fofo. Macio. Ele encerrava a obra.
Finalmente! Um ano de trabalho. Um ano construindo “C´est la Vie”. E ela estava quase pronta. Só faltava alguns arremates. Mas isso ela faria depois. No dia seguinte, quem sabe. Precisava descansar.
Mas uma pessoa, não se sabe se homem ou mulher, resolver entrar em seu ateliê para ver o que era aquela imensidão de tela.
Ela deixava, ao lado do quadro, um recipiente com seus pincéis e um solvente de tinta. O visitante se encantou com a obra. Que já tinha nome, sobrenome e autora. Pasmo com a imensidão de cores, formas, possibilidades, sensações e sentimentos que estavam naquela obra, sentiu-se dentro dela. Mas, em um resquício de segundo, esbarrou no recipiente deixando o solvente esparramar por toda “C´est la Vie”.
A obra estava borrada, estragada, manchada, doente. E aquele ano de esforço foi descartado por um desavisado, ou desavisada, que se encantou demais com aquilo tudo. Não se sabe se ele, ou ela, quis aperfeiçoar a obra e fazer parte dela, ou se achou aquilo tudo tão lindo, que queria um igual em sua casa. Como não era possível, se ele não tivesse, ninguém mais o teria.
A tela era enorme. Se ficasse no tripé, a pintora precisaria de uma escada para alcançar o topo. Portanto resolveu deixá-la no chão. Assim se sentiria mais confortável para fazer a sua obra.
Começou a riscar o desenho. Com o “giz carvão”. Tudo parecia meio borrado, mas as formas verdadeiras estavam por vir. Em um mês o quadro estava “riscado”, e a partir daí era só começar a pintura. Tintas de todas as cores a esperavam na sala de sua casa.
O quadro foi aparecendo. Dia após dia. Começando pelos azuis das bordas. Claro. Escuro. Azul, simplesmente. Não sabe que cor é essa? Aquela que aparece no céu, quase que diariamente. Aquela que tem no quarto do menino recém-nascido. Lembrou? Azul da paz. Azul celeste. Azul de Deus.
Depois, os tons de amarelo. “Alaranjando-se” a cada centímetro. O amarelo é a cor do Sol. Talvez você realmente não saiba que cor é essa, porque olhar para o Sol dói os olhos. Mas o amarelo é encantador. Animador. Feliz. Contente. Já os tons “alaranjados” dão mais vida ao que já tem luz própria. Ao mesmo tempo, o amarelo pode ser apático. Triste. Sem graça. Mas isso depende de quais olhos estão o vendo.
O vermelho começou a aparecer. Nesta época já devia ser verão no país dela. Líbia. Mais especificamente, Tobruk, cidade regada pelo Mar Mediterrâneo.
Já tinha me esquecido. Preciso te dizer qual é essa cor. Vermelho é a cor mais quente. É forte. Tem personalidade. Fala por si só. Romântica, ao mesmo tempo.
Depois, o vermelho clareou. Apareceu o rosa. Rosa, a cor. Não é rosa, a flor. Rosa é simplesmente rosa. Lindo, calmo, romântico também, como sua mãe; vermelho. Sutil. É a cor do quarto de meninas recém-nascidas. E de muitas adultas também.
Verde. Verde folha. Verde natureza. A cor da bandeira de muitos países. Verde força. Verde esperança. Ele também fez parte de “C´est la Vie”. Sempre presente e forte. Ele é quase insuperável.
Depois, o pincel mudou de cor e deixou o lilás no quadro. Lilás não é azul. Mas também não é rosa. Lilás é saudade. É nostalgia. Sabe quando você lembra de algo que te dá muita saudade? Uma pessoa. Ou uma viagem. Um sentimento. Um momento. Uma música. Tudo isso que você lembra é lilás. Lindo. Carinhoso. Um carinho.
Ela não se cansava. A vida estaria contada naquele imenso quadro. Só não se sabe qual parede iria sustentar aquela obra. Talvez a melhor opção fosse alguma praça da Líbia. Longe do deserto, porque senão o quadro ressecaria. Ele não era envernizado.
O branco também foi usado. Por que não? Ele é a fonte de todas as cores, e estava em destaque no meio da tela. Uma bola branca. Parecia um algodão no pé, sabe? Fofo. Macio. Ele encerrava a obra.
Finalmente! Um ano de trabalho. Um ano construindo “C´est la Vie”. E ela estava quase pronta. Só faltava alguns arremates. Mas isso ela faria depois. No dia seguinte, quem sabe. Precisava descansar.
Mas uma pessoa, não se sabe se homem ou mulher, resolver entrar em seu ateliê para ver o que era aquela imensidão de tela.
Ela deixava, ao lado do quadro, um recipiente com seus pincéis e um solvente de tinta. O visitante se encantou com a obra. Que já tinha nome, sobrenome e autora. Pasmo com a imensidão de cores, formas, possibilidades, sensações e sentimentos que estavam naquela obra, sentiu-se dentro dela. Mas, em um resquício de segundo, esbarrou no recipiente deixando o solvente esparramar por toda “C´est la Vie”.
A obra estava borrada, estragada, manchada, doente. E aquele ano de esforço foi descartado por um desavisado, ou desavisada, que se encantou demais com aquilo tudo. Não se sabe se ele, ou ela, quis aperfeiçoar a obra e fazer parte dela, ou se achou aquilo tudo tão lindo, que queria um igual em sua casa. Como não era possível, se ele não tivesse, ninguém mais o teria.
Bem-vindo! (06/07/06)
São efemérides. Passageiras. Vão e vem. Todos os dias. Todas as noites.
O mundo não acaba aqui. Com certeza, não!
Mas parece que o mundo gira de cabeça para baixo, algumas vezes, para algumas pessoas. O importante passa a ser “desimportante”. Assim como o lixo passa a ser jóia.
Jóia ostentada com orgulho no peito.
Ao invés de propagarmos palavras que devem ser ditas, nos esquecemos dos diamantes da vida. Ficamos apenas com o lixo orgânico. Aquele que cheira mal.
Os verdadeiros valores foram esquecidos, porque algum dia, há séculos atrás, alguém disse que aqueles pedaços de papel valiam sacos de farinha. E da farinha passaram a valer objetos. E dos objetos passaram a valer roupas. E das roupas, hoje, valem a vida.
Valem o valor das pessoas. Valem o caráter de alguns. Valem o que somos. Valem quem nós somos. Mas infelizmente, valem para muitos.
A direção é a contramão. A contravenção. As vias ou vão, ou voltam. Nunca os dois ao mesmo tempo.
É ruim sentir esse frio. Mesmo na calefação da alma. É ruim.
E é triste, muito triste, saber que os grandes momentos, os melhores trabalhos, os maiores dons, as grandes alegrias, os grandes relacionamento, as maiores amizades, os amores gigantescos possam caber em uma pequena e empoeirada caixa de sapatos embaixo da cama, quando acabam.
O mundo não acaba aqui. Com certeza, não!
Mas parece que o mundo gira de cabeça para baixo, algumas vezes, para algumas pessoas. O importante passa a ser “desimportante”. Assim como o lixo passa a ser jóia.
Jóia ostentada com orgulho no peito.
Ao invés de propagarmos palavras que devem ser ditas, nos esquecemos dos diamantes da vida. Ficamos apenas com o lixo orgânico. Aquele que cheira mal.
Os verdadeiros valores foram esquecidos, porque algum dia, há séculos atrás, alguém disse que aqueles pedaços de papel valiam sacos de farinha. E da farinha passaram a valer objetos. E dos objetos passaram a valer roupas. E das roupas, hoje, valem a vida.
Valem o valor das pessoas. Valem o caráter de alguns. Valem o que somos. Valem quem nós somos. Mas infelizmente, valem para muitos.
A direção é a contramão. A contravenção. As vias ou vão, ou voltam. Nunca os dois ao mesmo tempo.
É ruim sentir esse frio. Mesmo na calefação da alma. É ruim.
E é triste, muito triste, saber que os grandes momentos, os melhores trabalhos, os maiores dons, as grandes alegrias, os grandes relacionamento, as maiores amizades, os amores gigantescos possam caber em uma pequena e empoeirada caixa de sapatos embaixo da cama, quando acabam.
E em 2006... (03/07/06)
Sou frustrada. Frustrada por não ter visto Pelé jogar. Por não saber o que é comemorar um gol do “eterno” na Vila Belmiro. Por não ter visto as pernas tortas de Garrincha em campo. Vivo em um mundo pronto. As comidas congeladas já existem e o microondas já está na cozinha há muitos e muitos anos. As religiões já estão determinadas. Os pensamentos. As ideologias.
Não vi Fleming descobrir a penicilina. Não vi Santos Dumont voar no “14 Bis”, nem colocar em seu pulso o primeiro relógio. Não ajudei na descoberta da história através de fósseis. Não conheci William Shakespeare. Sou frustrada por não ter ajudado nem feito parte da construção desse mundo em que vivemos. Frustrada por não saber o que é o “futebol-arte”, a olhos nus. Por não saber, pacificamente, mais sobre a inteligência de Adolf Hitler. Nem por ter conhecido os 15 anos de governo de quem deixou a vida para entrar para a história. Frustrada por não ter visto a União Soviética no mapa. E também por não ter derrubado um centímetro cúbico do Muro de Berlim. Frustrada por não ter podido ir a um show de Elis nem dos Beatles. Sou frustrada porque hoje uso calça jeans. Não sei o que é usar aqueles vestidos imensos, com anáguas e tudo mais por baixo.
Considero-me frustrada porque vivo em um mundo de lutas. Luta contra o câncer. Luta contra a AIDS. Luta contra a violência exacerbada. Luta contra a fome. Luta contra a impunidade. Luta contra a corrupção. Luta contra a intolerância. Luta contra as armas. Luta contra a insegurança. Luta contra a falta de privacidade. Luta contra injustiças. Luta contra contravenções da lei. Luta contra a falta de ética. Luta contra a falta de trabalho. Luta contra a falta de dinheiro. Luta contra a mesquinharia do mundo. Luta contra o egoísmo.
Sou frustrada porque vivo lutando. Lutando e lutando. Não vivo descobrindo. Não vivo vendo descobertas. Somente descobertas de corrupção e quadrilhas. Sou frustrada porque não vejo em campo uma Seleção lutando pelo sexto título mundial como nós, aqui fora, lutamos para sobreviver.
Frustro-me em saber que sou frustrada. E em fazer você descobrir que também é frustrado. Por não ter vivido em um mundo mais azul e cor-de-rosa.
O que me consola são meus amigos e minha família. Principalmente os mais velhos. Que me contam e me fazem viajar até um mundo de pessoas menos frustradas. Que comemoravam mais a vida. Que eram mais felizes. Porque o mundo deles evoluía. Crescia. Descobria. Vivia. Fazia acontecer. As coisas fluíam. Nasciam. Surgiam.
Queria voltar a ouvir com freqüência o barulho da máquina de escrever do meu avô ao invés de fazer o famigerado “control C, control V”.
Sou frustrada por também viver em um mundo de “mundades” e por confirmar a cada passo que as pessoas têm hoje seus valores invertidos.
Não vi Fleming descobrir a penicilina. Não vi Santos Dumont voar no “14 Bis”, nem colocar em seu pulso o primeiro relógio. Não ajudei na descoberta da história através de fósseis. Não conheci William Shakespeare. Sou frustrada por não ter ajudado nem feito parte da construção desse mundo em que vivemos. Frustrada por não saber o que é o “futebol-arte”, a olhos nus. Por não saber, pacificamente, mais sobre a inteligência de Adolf Hitler. Nem por ter conhecido os 15 anos de governo de quem deixou a vida para entrar para a história. Frustrada por não ter visto a União Soviética no mapa. E também por não ter derrubado um centímetro cúbico do Muro de Berlim. Frustrada por não ter podido ir a um show de Elis nem dos Beatles. Sou frustrada porque hoje uso calça jeans. Não sei o que é usar aqueles vestidos imensos, com anáguas e tudo mais por baixo.
Considero-me frustrada porque vivo em um mundo de lutas. Luta contra o câncer. Luta contra a AIDS. Luta contra a violência exacerbada. Luta contra a fome. Luta contra a impunidade. Luta contra a corrupção. Luta contra a intolerância. Luta contra as armas. Luta contra a insegurança. Luta contra a falta de privacidade. Luta contra injustiças. Luta contra contravenções da lei. Luta contra a falta de ética. Luta contra a falta de trabalho. Luta contra a falta de dinheiro. Luta contra a mesquinharia do mundo. Luta contra o egoísmo.
Sou frustrada porque vivo lutando. Lutando e lutando. Não vivo descobrindo. Não vivo vendo descobertas. Somente descobertas de corrupção e quadrilhas. Sou frustrada porque não vejo em campo uma Seleção lutando pelo sexto título mundial como nós, aqui fora, lutamos para sobreviver.
Frustro-me em saber que sou frustrada. E em fazer você descobrir que também é frustrado. Por não ter vivido em um mundo mais azul e cor-de-rosa.
O que me consola são meus amigos e minha família. Principalmente os mais velhos. Que me contam e me fazem viajar até um mundo de pessoas menos frustradas. Que comemoravam mais a vida. Que eram mais felizes. Porque o mundo deles evoluía. Crescia. Descobria. Vivia. Fazia acontecer. As coisas fluíam. Nasciam. Surgiam.
Queria voltar a ouvir com freqüência o barulho da máquina de escrever do meu avô ao invés de fazer o famigerado “control C, control V”.
Sou frustrada por também viver em um mundo de “mundades” e por confirmar a cada passo que as pessoas têm hoje seus valores invertidos.
Que bela estreia, Seleção (03/07/06)
Que lindo. Somos todos brasileiros. Somos todos “verde e amarelo” neste mês. O país está em festa. Habemus Copa do Mundo! A Seleção Brasileira estreou nesta terça-feira, 13 de junho, em Berlim. Mas esta terça-feira está mais para sexta-feira 13.
A ordem do dia foi liberar todos os funcionários do país às 14h para que todos esses brasileirinhos pudessem assistir o esquadrão de Parreira em campo. Foi o estouro da boiada na capital paulista. Uma multidão vestida pateticamente com as cores do Brasil saiu correndo de seus afazeres para se posicionarem diante da televisão.
O ônibus estava lotado. Muitos brasileirinhos correndo para não perderem um só minuto do espetáculo iminente. Todos no ônibus começaram a se irritar. Mas que trânsito era aquele?? Eram apenas duas horas da tarde e as ruas estavam paradas! E eu ali,ansiosa, afinal eu estava indo trabalhar, enquanto a maioria voltava de sua meia jornada de trabalho. O trânsito estava congelado. Por no mínimo quatro vezes quase desci do ônibus e terminei o trajeto a pé. Preciso trabalhar! Aliás o evento do meu trabalho é a Copa do Mundo! Só me restava esperar mais alguns minutos e ver no que vai dar esse congestionamento.
Ufa! Depois de 70 minutos saímos do sufoco! Entramos em uma rua que o movimento estava normal. “Graças a Deus! Mais 5 minutos e estarei a postos no meu trabalho. Não desgrudei os olhos da janela um só minuto. Quando me assustei e dei um grito. Todos olharam pela janela. Um senhor, de aproximadamente 70 anos de bicicleta tentou ultrapassar o ônibus que eu estava. Em vão. O motorista não conseguiu brecar e atropelou o velhinho. E o pior. Passou por cima dele com os pneus da frente. Já os traseiros pararam em cima das pernas do coitado. Ele estava pálido. Sem reação. Não soltou um mísero som.
De repente algumas pessoas gritam “Dá a ré”. E o motorista seguiu as instruções. Somente com essa atitude o senhor conseguiu sair de baixo do ônibus. Sem parte da calça, rasgada. A pele de sua perna tinha sido arrancada da virilha até o joelho. As fibras de seu músculo estavam à mostra. E ele? Pálido. Apático. Naquele momento perdi a força nas pernas. Amoleci. Só conseguia chorar de desespero.
Algumas pessoas na rua foram solidárias e tiraram suas camisas para cobrir a perna do velhinho. O chão foi tomado por sangue e para descer do ônibus tínhamos que pular a bicicleta amassada e o sapato da vítima. Não sabia se ajudava ou se saia correndo. Uma ambulância chegar ali em poucos minutos era uma missão impossível, bem mais impossível que o filme. O pior acontecia com aquela pessoa, que também corria para algum lugar para declarar sua paixão pelo país.
Resolvi sair dali. Estava com ânsia de ver aquele corpo mutilado. Corri para o meu trabalho a pé. Chorava muito. As pessoas não entendiam. Lógico! Estavam todos fantasiados de brasileiros. Era dia de festa, minha gente! E alguém morria, logo ali. Tenho certeza de que se uma ambulância não chegasse a tempo, ou seja, em pouquíssimos minutos, aquele brasileirinho com seus 70 anos de “brasileirisses” não suportaria a dor e a hemorragia. É triste!
Revoltei-me em ver todos na rua. Cadê o patriotismo?E nas eleições? Costumamos vendo brasileirinhos fazendo “brasileirisses” nas urnas?
É óbvio e notório que vivemos em um país cheio de corrupção. Algo tem que ser feito. Mas nessas horas penso que os brasileiros são burros mesmo e devem morrer nas mãos de políticos ordinários. Porque somos todos ordinários. O país calou-se, como no dia em que o PCC ditou as ordens da casa. Somos submissos a um bando de ladrões fantasiados de Armani, Gucci e Ricardo Almeida no Palácio do Planalto. Todos os dias. Quer dizer, alguns dias da semana,porque trabalhar de segunda a sexta é coisa do proletariado.
O dia foi muito triste.
Não sei o que aconteceu com aquele senhor.Não sei se ele sobreviveu à dor, ao sangramento e ao desespero de ver um caos na sua frente impedindo seu socorro. Só sei que independente de quem ele seja, de quantos filhos e netos ele tenha,de quantas árvores ele plantou, ele não merecia.
A ordem do dia foi liberar todos os funcionários do país às 14h para que todos esses brasileirinhos pudessem assistir o esquadrão de Parreira em campo. Foi o estouro da boiada na capital paulista. Uma multidão vestida pateticamente com as cores do Brasil saiu correndo de seus afazeres para se posicionarem diante da televisão.
O ônibus estava lotado. Muitos brasileirinhos correndo para não perderem um só minuto do espetáculo iminente. Todos no ônibus começaram a se irritar. Mas que trânsito era aquele?? Eram apenas duas horas da tarde e as ruas estavam paradas! E eu ali,ansiosa, afinal eu estava indo trabalhar, enquanto a maioria voltava de sua meia jornada de trabalho. O trânsito estava congelado. Por no mínimo quatro vezes quase desci do ônibus e terminei o trajeto a pé. Preciso trabalhar! Aliás o evento do meu trabalho é a Copa do Mundo! Só me restava esperar mais alguns minutos e ver no que vai dar esse congestionamento.
Ufa! Depois de 70 minutos saímos do sufoco! Entramos em uma rua que o movimento estava normal. “Graças a Deus! Mais 5 minutos e estarei a postos no meu trabalho. Não desgrudei os olhos da janela um só minuto. Quando me assustei e dei um grito. Todos olharam pela janela. Um senhor, de aproximadamente 70 anos de bicicleta tentou ultrapassar o ônibus que eu estava. Em vão. O motorista não conseguiu brecar e atropelou o velhinho. E o pior. Passou por cima dele com os pneus da frente. Já os traseiros pararam em cima das pernas do coitado. Ele estava pálido. Sem reação. Não soltou um mísero som.
De repente algumas pessoas gritam “Dá a ré”. E o motorista seguiu as instruções. Somente com essa atitude o senhor conseguiu sair de baixo do ônibus. Sem parte da calça, rasgada. A pele de sua perna tinha sido arrancada da virilha até o joelho. As fibras de seu músculo estavam à mostra. E ele? Pálido. Apático. Naquele momento perdi a força nas pernas. Amoleci. Só conseguia chorar de desespero.
Algumas pessoas na rua foram solidárias e tiraram suas camisas para cobrir a perna do velhinho. O chão foi tomado por sangue e para descer do ônibus tínhamos que pular a bicicleta amassada e o sapato da vítima. Não sabia se ajudava ou se saia correndo. Uma ambulância chegar ali em poucos minutos era uma missão impossível, bem mais impossível que o filme. O pior acontecia com aquela pessoa, que também corria para algum lugar para declarar sua paixão pelo país.
Resolvi sair dali. Estava com ânsia de ver aquele corpo mutilado. Corri para o meu trabalho a pé. Chorava muito. As pessoas não entendiam. Lógico! Estavam todos fantasiados de brasileiros. Era dia de festa, minha gente! E alguém morria, logo ali. Tenho certeza de que se uma ambulância não chegasse a tempo, ou seja, em pouquíssimos minutos, aquele brasileirinho com seus 70 anos de “brasileirisses” não suportaria a dor e a hemorragia. É triste!
Revoltei-me em ver todos na rua. Cadê o patriotismo?E nas eleições? Costumamos vendo brasileirinhos fazendo “brasileirisses” nas urnas?
É óbvio e notório que vivemos em um país cheio de corrupção. Algo tem que ser feito. Mas nessas horas penso que os brasileiros são burros mesmo e devem morrer nas mãos de políticos ordinários. Porque somos todos ordinários. O país calou-se, como no dia em que o PCC ditou as ordens da casa. Somos submissos a um bando de ladrões fantasiados de Armani, Gucci e Ricardo Almeida no Palácio do Planalto. Todos os dias. Quer dizer, alguns dias da semana,porque trabalhar de segunda a sexta é coisa do proletariado.
O dia foi muito triste.
Não sei o que aconteceu com aquele senhor.Não sei se ele sobreviveu à dor, ao sangramento e ao desespero de ver um caos na sua frente impedindo seu socorro. Só sei que independente de quem ele seja, de quantos filhos e netos ele tenha,de quantas árvores ele plantou, ele não merecia.
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