Hoje acordei com saudades de comer miolo de pão.
Fui até a padaria, comprei vinte pães
E voltei comendo todos os miolos para casa.
Coloquei aquele saco de pães furados em cima da mesa
E nada aconteceu.
Ainda restavam alguns e fui comendo os miolos aos poucos.
Comia um, esperava. Nada acontecia.
Comia outro, esperava. Nada acontecia.
Comia mais outro, esperava. Absolutamente nada.
Quando eu era criança
Implorava para minha mãe deixar-me ir
Até a padaria.
Com o sim dela, descia correndo até a garagem,
Junto de outras amigas,
Tirava a minha bicicleta rosa do suporte
E pedalava aqueles imensos
Dois quarteirões.
Comprava os pães,
Apoiava-os na cestinha da bicicleta,
Voltava para a garagem,
Pendurava a bicicleta,
Apertava o 8º andar
E chegava em casa.
Chegava em casa com os pães furados, obviamente.
Sem miolos, vazios, ocos.
Deixava o saco de pães em cima da mesa
E esperava meu pai chegar em casa
E abrir o pacote.
Assim que ele pegava o primeiro pão furado
Ele dizia
“Nossa, tem ratinhos aqui em casa comendo nossos miolos!”
Eu ria atrás da porta e depois de fantasiar muito,
Me confessava.
Sempre achava que ele ficaria bravo com os pães ocos,
Mas mesmo sem toda a parte boa do pão
Meu pai fazia piada e nos fazia rir.
Hoje, comi vinte miolos de pão.
Devorei pedaço a pedaço,
Coloquei o saco de pães ocos em cima da mesa
E nada aconteceu.
Talvez hoje em dia os ratos tenham sido espantados
Com os gatos que rondam a vizinhança.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Moldura
Meu coração não passou dos 90 batimentos por minuto
Quando abri sua foto hoje, pela enésima vez.
Alguma coisa mudou aqui dentro.
Talvez seja conformismo.
Sua foto não ilumina mais o meu quarto.
Seu nome não brilha como letreiro de cinema no meu computador.
Você já não me move como antes.
Fui viajar e não levei computador,
Não levei celular,
Não levei nada além do meu RG.
Eu não esperava por você,
Não queria a sua ligação,
Nem cogitei ler um e-mail seu.
Nossa briga sem ofensas foi forte demais
E obviamente tudo iria nos separar.
Aliás, tudo te separa de mim.
Nada me aproxima de você.
Eu confesso que vejo e revejo sua foto,
Aquele seu sorriso discreto,
De quem quer e não quer mostrar tudo de uma vez só.
Confesso que lamento os óculos à frente do seu olhar.
Eu me confesso, eu me entrego,
Mas alguma coisa mudou aqui dentro.
Sua distância congela meus sentimentos,
Aterroriza minha lembrança
E assim, passo o dia a checar sua foto,
Para saber se você continua o mesmo.
Se você continua aí.
Você ainda está aí?
Alguma coisa mudou aqui.
Eu sei que não é para sempre.
Nem a sua foto, nem a minha mudança.
Nada é para sempre,
Nem mesmo a sua avidez,
Nem mesmo a sua distância,
Nem mesmo a vivacidade que você tem para fugir de nós.
Eu só quero continuar fingindo que sou eu quem arranca
Seu sorriso na sua foto.
Finge que olha para mim?
Quando abri sua foto hoje, pela enésima vez.
Alguma coisa mudou aqui dentro.
Talvez seja conformismo.
Sua foto não ilumina mais o meu quarto.
Seu nome não brilha como letreiro de cinema no meu computador.
Você já não me move como antes.
Fui viajar e não levei computador,
Não levei celular,
Não levei nada além do meu RG.
Eu não esperava por você,
Não queria a sua ligação,
Nem cogitei ler um e-mail seu.
Nossa briga sem ofensas foi forte demais
E obviamente tudo iria nos separar.
Aliás, tudo te separa de mim.
Nada me aproxima de você.
Eu confesso que vejo e revejo sua foto,
Aquele seu sorriso discreto,
De quem quer e não quer mostrar tudo de uma vez só.
Confesso que lamento os óculos à frente do seu olhar.
Eu me confesso, eu me entrego,
Mas alguma coisa mudou aqui dentro.
Sua distância congela meus sentimentos,
Aterroriza minha lembrança
E assim, passo o dia a checar sua foto,
Para saber se você continua o mesmo.
Se você continua aí.
Você ainda está aí?
Alguma coisa mudou aqui.
Eu sei que não é para sempre.
Nem a sua foto, nem a minha mudança.
Nada é para sempre,
Nem mesmo a sua avidez,
Nem mesmo a sua distância,
Nem mesmo a vivacidade que você tem para fugir de nós.
Eu só quero continuar fingindo que sou eu quem arranca
Seu sorriso na sua foto.
Finge que olha para mim?
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Vaza!
Saia da minha frente,
Saia da minha vida,
Saia da minha alma.
Você com esse tom fantasmagórico sempre que aparece
Costuma me assustar.
Sua voz me dá nojo,
Sua cor me dá ânsia,
Sua vida me dá pena.
Não quero mais saber de você,
Não quero saber do seu velório,
Não quero saber do seu passado.
Fuja com seus pesadelos,
Fuja dos meus sonhos,
Fuja do planeta.
Seu trabalho é porco,
Seu dinheiro é sujo,
Sua inteligência é ilógica.
Seu sorrisinho escroto não me abala mais,
Minhas lágrimas cansaram dele.
Não te quero mais,
Não te procuro mais,
Não te desejo mais.
Esquece tudo o que eu disse.
Esquece tudo o que te amei.
Esquece tudo o que te dei.
Para mim você morreu.
Para mim você é problema seu.
Para mim, já basta.
Vou fazer um vudu seu e colocá-lo em uma caixa de sapatos,
Atear fogo e te cremar simbolicamente.
Meu amor não foi o suficiente.
Minha inteligência não foi o bastante.
Meus argumentos foram falhos.
Minha cabeça está cansada.
Meus olhos estão inchados.
Meu coração está despedaçado.
Você é quem eu mais amo
E por quem eu nunca mais sofro.
Você é quem eu mais admiro
E por quem meus olhos nunca mais brilharão.
Te odeio para sempre.
Pelo menos, até amanhã.
Saia da minha vida,
Saia da minha alma.
Você com esse tom fantasmagórico sempre que aparece
Costuma me assustar.
Sua voz me dá nojo,
Sua cor me dá ânsia,
Sua vida me dá pena.
Não quero mais saber de você,
Não quero saber do seu velório,
Não quero saber do seu passado.
Fuja com seus pesadelos,
Fuja dos meus sonhos,
Fuja do planeta.
Seu trabalho é porco,
Seu dinheiro é sujo,
Sua inteligência é ilógica.
Seu sorrisinho escroto não me abala mais,
Minhas lágrimas cansaram dele.
Não te quero mais,
Não te procuro mais,
Não te desejo mais.
Esquece tudo o que eu disse.
Esquece tudo o que te amei.
Esquece tudo o que te dei.
Para mim você morreu.
Para mim você é problema seu.
Para mim, já basta.
Vou fazer um vudu seu e colocá-lo em uma caixa de sapatos,
Atear fogo e te cremar simbolicamente.
Meu amor não foi o suficiente.
Minha inteligência não foi o bastante.
Meus argumentos foram falhos.
Minha cabeça está cansada.
Meus olhos estão inchados.
Meu coração está despedaçado.
Você é quem eu mais amo
E por quem eu nunca mais sofro.
Você é quem eu mais admiro
E por quem meus olhos nunca mais brilharão.
Te odeio para sempre.
Pelo menos, até amanhã.
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